APESAR DAS AUTORIAS DUVIDOSAS

02 de Junho de 2012 21h06

Embora em épocas distintas, as duas como se nota, são oriundas de uma mesma motivação:


         No início dos anos 60 foi atribuída ainda que haja controvérsia sobre a autoria a Charles De Gaulle, então presidente da França, a consagrada frase “O Brasil não é um país sério”. Hoje, mais de meio século depois, rola na net outra bem direcionada: "Projetar Brasília para os Políticos que vocês colocaram lá, foi como criar um lindo vaso de flores prá vocês usarem como pinico. Hoje eu vejo, tristemente, que Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma de avião, mas sim de Camburão", imputada ao arquiteto Oscar Niemayer.
Embora em épocas distintas, as duas como se nota, são oriundas de uma mesma motivação: a política. A primeira de caráter internacional tem lastro, conforme o historiado, no fato gerador calcado numa invasão de pescadores franceses a águas brasileira na captura da lagosta, a segunda, como se pode concluir facilmente, surge de uma ambiência caseira e bastante conhecida do brasileiro: desvios de conduta de nossos representantes políticos.
Nesse intervalo de tempo o Brasil, como natural, mudou, cresceu nos variados seguimentos e vive inclusive a euforia da auto-suficiência do petróleo e de ser a 6ª economia do mundo. A esse novo quadro, um questionamento não poderia calar: o processo de crescimento foi acompanhado de uma melhora de vida do brasileiro? Arvoro-me a opinar que houve sim, um avanço nesse sentido, mas muito mais em razão da rebarba que pegamos do progresso cientifico e tecnológico mundial, do que pela distribuição de renda. Mesmo assim, diante das inúmeras carências que continuam a nos cercar, nada relevante, e quilômetros distantes de um nível considerado digno.
Já manjou, o caro ledor, mesmo com essa pujança econômica, qual é o óbice que nos faz distanciar de uma boa qualidade de vida? Dica: Como o fraseador não fez arrodeio, ao contrário foi direto e explicito; como existem duas palavras, a “políticos” e a “camburão” consideradas chaves; e como insinua que surrupiar a grana pública é o projeto mais interessante dos políticos brasilienses, que por dedução se estende aos das demais regiões, fica evidente que o obstáculo é os “próprios políticos”, e que em conclusão deveriam estar na cadeia.
Claro, claro que no fraseado, mesmo não explicitado, embute o termo “exceção”. Já pensou todos os nossos representantes políticos roubando!? Estaríamos literalmente fud..., e nem essa condição de subdesenvolvido poderíamos questionar! No entanto, se colocarmos o complexo político administrativo desse país chamado Brasil na tela, com suas receitas de impostos sempre crescentes, com as abundantes verbas pra isso e pra aquilo a navegarem por aí, e mexermos com os “mensalões” e os “Cachoeiras”, vamos ver que a generalização não é simplesmente descartável. 
Fazendo um rápido retrospecto pode-se verificar que essa doença de meter a mão no erário acometida aos que estão no poder, não é desses dias, ele vem antes de as margens plácidas do Ipiranga ter ouvido o brado retumbante, mas agora parece que, com licença da palavra, “descarou”.
         Bom, apesar das autorias duvidosas, especialmente essa do século XXI no meio virtual, a despeito da incerteza que essas frases uma apontando para o Brasil, a outra para os seus políticos tenham tido realmente a assinatura de homens ilustres como De Gaulle e Niemayer, elas estão servindo no mínimo para uma reflexão.

                                                                                              Heckel Januário
 

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