Imagem: Arquivo ItapebiAcontece
Fotos: Acervo Pessoal Clemente Esteves

Advogado itapebiense Clemente Esteves, homenageia sua terra no aniversário de emancipação com texto histórico sobre surgimento e padroeiros.
O advogado Clemente Alexandrino Esteves na semana do Aniversário de 67 anos de emancipação politica administrativa de Itapebi homenageou a cidade com um texto que resgata partes da história do município, destacando momentos marcantes, figuras importantes e a evolução urbana.
O texto incluiu informações sobre a fundação da cidade, padroeiros, o desenvolvimento econômico, as transformações sociais e culturais, e os desafios superados. Além disso, o advogado pôde enfatizar a importância da cidade para seus habitantes e seu papel no contexto regional e estadual.
Segundo escreveu; Dr. Clemente;
ITAPEBI, UMA CIDADE DE TRÊS PADROEIROS
Nossa Senhora D’ajuda, Nossa Senhora da Conceição e São José Operário.
Inicialmente, cumpre-nos diferençar o conceito de Cidade do conceito de Município, para evitar interpretações distorcidas. Município é a terceira unidade da federação brasileira (união, estados e municípios), formado pela sede, distritos, povoados e vilas, além da zona rural. Cidade é tão somente a sede administrativa do município. Neste sentido, quatro povoações contribuíram para a formação da cidade de Itapebi: Cachoeirinha, Massaranduba, Cidade Baixa e Cidade Nova. Nos seus primórdios, a origem de Itapebi, vincula-se a CACHOEIRINHA, Distrito de Belmonte, situado à margem direita do Rio Jequitinhonha, atualmente, submerso, e sobre a sua dorsal, encontra-se o eixo da hidrelétrica de Itapebi.
Era influenciado politicamente pelo Coronel José Francisco de Souza , vulgo Juca de Vicente. Tinha na devoção do seu povo, NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. Em frente à Cachoeirinha, na margem esquerda do Rio Jequitinhonha, desenvolveu-se a povoação de MASSARANDUBA, a partir da aquisição de uma gleba de terras pelo mineiro, “Carrão”, Coronel Carlos Alexandrino Esteves, falecido precocemente, passando assim o bastão, para a sua Esposa Joana Ramalho Esteves, uma autentica Coronel de saias (outra história para se narrar). Os locais de Massaranduba rendiam sua devoção e suas preces a SÃO JOSÉ OPERÁRIO, o Pai Adotivo mais famoso do Mundo.

Destaque para a Carta do Padre João Clímaco dos Santos, datada de 01 de Junho de 1.945 a Joana Ramalho Esteves, marcando data para visita ao Povoado de Massaranduba, onde solicitava recursos para o transporte e hospedagem na Casa da Viúva, local onde celebrava os batizados e casamentos.
“Mutatis Mutandi”, Cachoeirinha e Massaranduba, seguiam o modelo de localidades opostas existentes na Bahia, delimitadas por um curso d’água, a exemplo de Ubaitaba e Aurelino Leal ( Rio de Contas), Cachoeira e São Felix (Rio Paraguaçu) e Juazeiro e Petrolina (Rio São Francisco), dentre outras.
No final do século 19 e início do século 20, em razão de catástrofes naturais, na localidade de Cachoeirinha, surgiu a Povoação de PEDRA BRANCA, uma légua a jusante de Cachoeirinha, cuja população, dedicou a sua devoção a NOSSA SENHORA D’AJUDA. (Em um livro), editado pelo Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, sobre Belmonte, um trecho nos chamou a atenção: “Dos povoados que fazem parte de Belmonte, um se destaca culturalmente: Pedra Branca, pela existência da Filarmônica e por sua devoção a Nossa Senhora D’ajuda.”

Foto: Arquivo ItapebiAcontece
Com o declínio de Cachoeirinha e Massaranduba, inclusive com a mudança das suas lideranças, o Coronel Juca de Vicente, fixou residência na Fazenda Estrela do Norte e Joana Ramalho Esteves, com sua numerosa prole no Povoado de Pedra Branca – novamente , seguia-se o modelo de povoação opostas, separadas por um Rio. O Povoado de Pedra Branca, tomou grande impulso de desenvolvimento, almejando a condição de Distrito de Belmonte, com a denominação de ITALVA, (pedra alva, branca) e posteriormente em 15 de agosto de 1958 foi emancipado, com a denominação de Itapebi(a promulgação da lei, ocorreu no dia 14, mas a sua publicação – efetiva vigência-), no dia 15, consagrado a Nossa Senhora D’ajuda.

Arquivo: ItapebiAcontece
Itapebi(também denominada de Cidade Baixa e Cidade Histórica), desenvolveu-se, tornando-se uma das principais cidades do sul e extremo sul da Bahia – Eunápolis, a este tempo, era um mero arruamento com poucas casas, cobertas de palha. Teixeira de Freitas, não aparecia no mapa da Bahia). Com os castigos do Rio Jequitinhonha, a partir da do final da década de 1970, a população, que não mudou-se para outras cidades, transferiu-se para uma localidade mais alta (planalto), situada a dois quilômetros do Rio, que passou a denominar-se Bairro Novo, Cidade Nova e atualmente Itapebi, sede administrativa do Município.
Ainda, passível de pesquisa, desvendar, o momento em que a Santa Padroeira de Itapebi (Pedra Branca), deixou de ser Nossa Senhora D’ajuda, para ser Nossa Senhora da Conceição. Em que pese ter sido batizado aos 22 anos na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, sempre tive curiosidade em saber porque uma grande parcela da população de Pedra Branca, tinha grande devoção por Nossa Senhora D’ajuda, inclusive deslocando-se a pé, de Itapebi para o Arraial D’ajuda, em Porto Seguro, sujeitando-se até mesmo a ser devorada pelas onças, na densa mata atlântica do percurso. Claramente me recordo de duas imagens sacras de Nossa Senhora da Conceição: uma existente na Igreja Matriz e a outra trazida pelo Coronel Juca de Vicente, quando da sua mudança, denominada de Nossa Senhora da Conceição, de Cachoeirinha.

Arquivo Pessoal Clemente Esteves
Com a estruturação da sede de Itapebi, na Cidade Nova, ergue-se uma Igreja, recebendo a mesma a denominação e devoção a São José Operário, antigo Padroeiro de Massaranduba, permanecendo Nossa Senhora da Conceição como Padroeira do Município.
Mais uma vez, a história se reescreve, com algumas repetições.
ItapebiAcontece – Por: Clemente Esteves, Advogado e bisneto dos Fundadores de Massaranduba. Nascido e batizado em (Itapebi) Pedra Branca da Bahia.
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