Brasil dribla tarifas de Trump e bate recorde de exportações

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Brasil vende mais ao mundo e ignora medida de Trump

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Com as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos impactando diretamente as exportações brasileiras, o governo federal decidiu intensificar as relações comerciais com México e Canadá.

Apesar da sobretaxa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos a diversos produtos brasileiros, o Brasil fechou o mês de agosto com saldo positivo na balança comercial.

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (4) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC), as exportações brasileiras somaram US$ 29,9 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 23,8 bilhões, resultando em superávit de US$ 6,1 bilhões.

O resultado representa um crescimento de 3,9% em relação a agosto do ano passado, quando as exportações haviam totalizado US$ 28,74 bilhões. No acumulado de janeiro a agosto, o Brasil exportou US$ 227,6 bilhões, alta de 0,5% sobre os US$ 226,5 bilhões registrados no mesmo período de 2023. As importações também avançaram, passando de US$ 172,9 bilhões para US$ 184,77 bilhões (+6,9%). Com isso, a corrente de comércio atingiu US$ 412,35 bilhões, crescimento de 3,2% na comparação anual.

Impacto nos principais parceiros

A tarifa aplicada pelos EUA derrubou as exportações brasileiras para o país em 18,5%, que caíram para US$ 2,76 bilhões. Já as importações vindas dos norte-americanos cresceram 4,6%, somando US$ 3,99 bilhões. O saldo, portanto, ficou negativo em US$ 1,23 bilhão.

Em contrapartida, as exportações para a Argentina avançaram 40,4%, alcançando US$ 1,64 bilhão, enquanto as importações recuaram 11,7%, totalizando US$ 1,03 bilhão. O resultado foi superávit de US$ 610 milhões.

Já no comércio com China, Hong Kong e Macau, o Brasil obteve superávit expressivo: exportações cresceram 29,9%, atingindo US$ 9,60 bilhões, e importações caíram 5,8%, ficando em US$ 5,54 bilhões, garantindo saldo positivo de US$ 4,06 bilhões.

Destaques por setor

Os setores da economia apresentaram desempenhos distintos:

  • Agropecuária: alta de 8,3% (US$ 6,66 bilhões);
  • Indústria extrativa: crescimento de 11,3% (US$ 7,26 bilhões);
  • Indústria de transformação: queda de 0,9% (US$ 15,77 bilhões).

Produtos que mais se destacaram nas exportações:

  • Agropecuária: milho não moído (+17,9%), soja (+11,0%) e sementes oleaginosas (+19,9%);
  • Indústria extrativa: minério de ferro (+5,2%), minérios de cobre (+4,9%) e petróleo bruto (+18,0%);
  • Indústria de transformação: carne bovina (+56,0%), equipamentos de ventilação e filtragem (+310,7%) e ouro não monetário (+55,9%).

O tarifaço dos EUA

A medida do governo norte-americano, em vigor desde 6 de agosto, fixou uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros como café, carnes, pescados, açúcar, cacau e frutas tropicais (manga, uva, entre outras). Apesar disso, itens como castanhas, suco de laranja e produtos da aviação civil ficaram de fora da sobretaxa, integrando uma lista de quase 700 produtos isentos.

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