A transferência da sede do poder executivo baiano para a cidade do Recôncavo nesta data é lei estadual desde 2007.
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Nesta quarta-feira, 25 de junho, a cidade de Cachoeira se transforma na capital oficial da Bahia por um dia. Uma série de eventos cívicos e manifestações populares marcam a abertura dos festejos pelos 203 anos da Independência do Brasil na Bahia, que culminarão nas celebrações de 2 de julho.
Essa transferência da sede do poder executivo baiano para a cidade do Recôncavo é uma lei estadual desde 2007, um reconhecimento da bravura de seus habitantes. Em 25 de junho de 1822, os cachoeiranos ousaram proclamar Dom Pedro Alcântara regente constitucional, defendendo um governo brasileiro contra a dominação portuguesa. A partir desse dia, a região foi palco de intensas batalhas entre as forças populares e os portugueses, que controlavam Salvador e os municípios próximos. A expulsão dos últimos resistentes em 2 de julho de 1823 selou a independência da Bahia.
A programação solene em Cachoeira começa cedo, às 6h, com uma salva de 21 tiros e a alvorada de sinos, despertando moradores e visitantes. A organização dos festejos está a cargo da Câmara Municipal, com apoio da prefeitura local.
O governador Jerônimo Rodrigues e sua comitiva são aguardados às 8h para o hasteamento das bandeiras na Praça da Aclamação. A execução dos hinos ficará por conta da banda de música da Polícia Militar e da Filarmônica 25 de Junho. Em seguida, o grupo seguirá para a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, onde, às 9h, acontecerá o Te Deum, uma celebração cristã de ação de graças.
Às 10h, está prevista uma sessão solene no auditório da Câmara de Vereadores, com a participação de autoridades locais e estaduais, e Romário Costa Gomes como orador. A comitiva será recepcionada com samba de roda em frente ao prédio do poder legislativo. E com grande mobilização dos moradores, o desfile cívico terá início às 16h.
Embora o 25 de junho seja a data magna da cidade, os preparativos para a Festa da Independência em Cachoeira começaram meses antes. A programação oficial deste ano teve início em 1º de junho com a tradicional “Levada dos Mastros”, partindo das ruas da Feira e do Caquende.
Ontem, a cidade celebrou a tradicional “Levada do Caboclo” pela manhã, e no início da noite, o esperado “Encontro dos Caboclos”, entre o caboclo de Cachoeira e a cabocla de São Félix. Segundo o historiador Cacau Nascimento, a figura do caboclo é presente na maioria das cidades que participaram das batalhas há mais de 200 anos. No entanto, devido à proximidade entre Cachoeira e São Félix, separadas pelo rio Paraguaçu, moradores de ambas as margens lutaram juntos em algumas batalhas. Nesse contexto, São Félix reverencia a figura de Catarina Paraguaçu como cabocla, e ambas as figuras participam da programação nas duas cidades.
Cachoeira realmente vive e respira história, não é mesmo?
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