Como a imprensa internacional avalia o julgamento de Bolsonaro no Supremo

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O que dizem os veículos de imprensa internacionais.

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Foto: Ton Molina/STF

A imprensa internacional tem dado destaque ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus no Supremo Tribunal Federal (STF), acusados de tentativa de golpe de Estado. O processo começou nesta terça-feira (2), às 9h, com a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes.

Entre os veículos que acompanham o caso estão o The New York Times (EUA), The Guardian (Reino Unido), Le Monde (França), The Economist (Reino Unido) e o The Washington Post (EUA).

No cenário internacional, a cobertura ressalta tanto o papel de Moraes e do STF quanto os paralelos com a política dos Estados Unidos, mencionando inclusive tentativas de interferência do ex-presidente Donald Trump.

O que dizem os jornais estrangeiros?

O The New York Times publicou uma análise em que questiona o fato de a Corte ter “dado a si mesma novos poderes extraordinários para enfrentar a ameaça representada por Bolsonaro e seus ataques às instituições”, destacando ainda que o STF está julgando ataques dirigidos a ele próprio.

Outro texto do jornal americano relatou o reforço no policiamento ao redor do condomínio de Bolsonaro. Apesar de não haver indícios concretos de uma fuga, a medida foi considerada necessária diante de sinais de que o ex-presidente teria cogitado essa possibilidade, além dos esforços de um de seus filhos em articular um lobby para que Trump interviesse no caso.

O britânico The Guardian e o francês Le Monde também enfatizaram a vigilância policial permanente como forma de evitar qualquer tentativa de fuga.

Já a revista The Economist avaliou que o Brasil deu uma “lição de maturidade democrática” ao investigar criminalmente os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 — em contraste com os Estados Unidos, que não adotaram medida semelhante em situações parecidas.

Por sua vez, o The Washington Post ressaltou que o julgamento coloca o Brasil diante de um confronto não apenas com Bolsonaro, mas também com os paralelos de Donald Trump e o próprio passado autoritário do País. O jornal sublinhou ainda que é a primeira vez que uma tentativa de ruptura da ordem institucional chega de fato a julgamento, diferente do que ocorreu com os militares após o fim da ditadura, que não enfrentaram responsabilização judicial.

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