Armando Mendonça é vice-presidente do Corinthians – Foto: Emilio Botto
As irregularidades causaram prejuízos diretos, afetando, por exemplo, as categorias de base do time.

Imagem: Reprodução web
O vice-presidente do Corinthians, Armando Mendonça, está no centro de um grave escândalo revelado por uma auditoria interna do clube. Um relatório de 94 páginas aponta desvio e venda ilegal de materiais do alvinegro paulista, com suspeita direta sobre o dirigente.
O Prejuízo na Base e o Excesso de Cota
O documento indica que as irregularidades causaram prejuízos diretos e sensíveis, afetando principalmente as categorias de base da equipe.
- Atletas da base ficaram sem receber uniformes ou estavam utilizando roupas em mau estado de conservação.
- Isso ocorreu apesar de o Corinthians ter excedido em quase 300% a cota anual de itens solicitados à Nike, um excedente de R$ 15,7 milhões no valor contratual entre 2024 e 2025.
A auditoria classificou Mendonça como o responsável pela administração dos materiais da Nike e o apontou como principal suspeito pelos desvios processuais e retiradas indevidas de camisas.
- O relatório apontou a retirada irregular de 131 itens registrados em nome de Mendonça.
- Também foi identificada a comercialização ilegal de camisas oficiais por um funcionário, que recebeu R$ 300 via Pix em conta pessoal pela venda de três peças do estoque.
Falhas Críticas e Descontrole no Estoque
A investigação, cujo objetivo era avaliar o controle de estoque, revelou 33 apontamentos, incluindo falhas consideradas críticas nos almoxarifados do Parque São Jorge e do CT Joaquim Grava.
- Não há inventário formal desde setembro de 2021 (há mais de quatro anos), permitindo o acúmulo de materiais sem conferência desde 2014.
- Em 2025, o clube recebeu 41.963 itens da Nike (24% a mais que no ano anterior), mas mesmo assim, atletas da base usavam uniformes deteriorados, antigos ou até de marcas concorrentes.
Riscos Fiscais e Gastos Desnecessários
Além do desvio de materiais, o relatório aponta sérios riscos fiscais e contábeis para o Corinthians:
- R$ 6,4 milhões em notas fiscais não foram lançados no sistema do clube entre 2024 e 2025.
- Apenas em 2024, R$ 5,1 milhões destinados ao CT não foram registrados.
- O clube gastou R$ 776 mil na compra de 13.503 itens licenciados, mesmo tendo direito ao fornecimento sem custo adicional por contrato.
A Defesa de Armando Mendonça
Em resposta ao jornal O Estadão, Mendonça negou a acusação, afirmando ser “falsa” a informação de que ele é o responsável pelas diretrizes de distribuição dos materiais da Nike e pela administração dos almoxarifados.
O vice-presidente citou que a gestão anterior, de Augusto Melo, não fazia o controle necessário e que ele resolveu ajudar pessoalmente no sistema de cadeia de aprovações de retirada de material. Segundo Mendonça, sua ação visava dar maior transparência, controlar a destinação do patrimônio do clube e evitar prejuízos e “malfeitos”.
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