Em 16 de novembro de 2020, o Pix foi lançado oficialmente para os clientes de mais de 700 instituições financeiras.
Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O sistema de pagamentos instantâneos Pix está no centro das atenções de uma investigação comercial dos Estados Unidos contra o Brasil. Os EUA alegam que o Pix é um exemplo de como o governo brasileiro favorece empresas nacionais em detrimento das americanas, citando “práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico”, conforme documento do Escritório da Representação Comercial dos EUA.
Um caso que ilustra essa disputa de concorrência é o do WhatsApp Pay, serviço da Meta. O Brasil foi o primeiro país a lançar o WhatsApp Pay, em 15 de junho de 2020, com transferências via cartões Mastercard e Visa, ambas empresas norte-americanas. No entanto, menos de um mês depois, em 23 de junho, o Banco Central (BC) e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) suspenderam as operações do WhatsApp Pay. O BC justificou a suspensão para “avaliar riscos” e garantir o “funcionamento adequado” do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), enquanto o Cade mencionou “potenciais riscos” para a concorrência.
O Ascensão do Pix e o Cenário Pós-Suspensão do WhatsApp Pay
Enquanto o WhatsApp Pay ficava “na geladeira”, o Banco Central acelerava os trabalhos para o lançamento do Pix. Os primeiros detalhes do sistema começaram a surgir em 2020, e em 28 de maio do mesmo ano, o BC publicou as primeiras regras do Pix. Em outubro de 2020, foi iniciado o cadastramento das chaves Pix para pessoas físicas e empresas, e em 16 de novembro de 2020, o Pix foi lançado oficialmente para clientes de mais de 700 instituições financeiras. O sucesso do Pix entre os brasileiros foi massivo.
Em março de 2021, o BC finalmente autorizou as transferências entre pessoas físicas pelo WhatsApp Pay. A plataforma da Meta foi relançada meses depois, mas já não conseguiu competir com a popularidade e o uso maciço do Pix entre os brasileiros.
ItapebiAcontece