Ex-diretora de presídio de Eunápolis tem bebê na cadeia e acusa político de paternidade em caso chocante na Bahia

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Acusada de facilitar fuga em massa, Joneuma Silva Neres aguarda desdobramentos de seu caso na prisão.

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Joneuma Silva Neres, ex-diretora do presídio de Eunápolis, deu à luz na prisão em Itabuna, onde está detida desde janeiro. Ela foi presa grávida, acusada de facilitar a fuga de 16 detentos em dezembro de 2024. A filha, que nasceu prematura, permanece com ela.

Acusação de paternidade e supostos elos políticos

Em abril, Joneuma entrou com um processo de “alimentos gravídicos” contra o ex-deputado federal Uldurico Júnior (MDB), alegando que eles tiveram um relacionamento e que ele parou de dar suporte financeiro. No processo, ela apresentou fotos do casal, um registro de casamento e um teste de DNA que, segundo ela, comprovaria a paternidade. Uldurico Júnior, que se casou em 2024, negou as acusações à TV Bahia e afirmou que pretende fazer um novo exame para confirmar ou refutar a paternidade. Ele também declarou que sempre visitou o presídio para tratar de direitos humanos.

Investigações de corrupção e tráfico

O caso de Joneuma vai além da paternidade. A Justiça também investiga supostos laços dela com Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como Dadá, líder da facção criminosa PCE. Há denúncias de que Dadá era quem realmente comandava o presídio e que Joneuma teria um relacionamento com o traficante. A ex-diretora também é acusada de intermediar encontros entre Dadá e Uldurico Júnior, então candidato à prefeitura de Teixeira de Freitas, com quem também teria um relacionamento. Suspeita-se que o político tenha sido responsável pela indicação de Joneuma para a direção do presídio.

Além disso, a investigação apura acusações de pagamentos de R$ 100 por voto de detentos e repasses estimados em R$ 1,5 milhão da facção à ex-diretora. A defesa de Joneuma nega as acusações, alegando falta de provas bancárias.

Prisão e o esquema sob investigação

A prisão de Joneuma, em janeiro, foi resultado de investigações do Ministério Público da Bahia sobre um esquema envolvendo a gestão do presídio, organização criminosa e políticos com suposto acesso facilitado aos detentos. Ela esteve no comando do conjunto penal por aproximadamente nove meses.

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