A travessia está sendo feita por baldeação, com estudantes e até enfermos atravessando os em torno de 600 metros da ponte a pé, para pegar um outro veículo do lado oposto.

Imagens: Reprodução web
A interdição da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, na BR-101, desde a semana passada, dominou uma audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) nesta terça-feira (13). As comissões de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, e de Agricultura e Política Rural, os prefeitos dos municípios de Itapebi e Belmonte se uniram para debater a situação crítica que afeta diretamente a população de Itapebi e toda a região.

Foto: ItapebiAcontece
A iniciativa da deputada Cláudia Oliveira (PSD) reuniu diversos parlamentares, incluindo a presidente da ALBA, deputada Ivana Bastos. O superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) na Bahia, Roberto Alcântara, também esteve presente para responder aos questionamentos sobre os prazos das obras e as medidas para mitigar os impactos nos desvios.
A mesa de debates contou com a participação do deputado Ricardo Rodrigues, presidente da Comissão de Agricultura; do prefeito de Itapebi, Isan Botelho; do prefeito de Belmonte, Iêdo Elias; e do diretor da Superintendência de Infraestrutura de Transportes da Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), Roberval Meira.

O presidente da Comissão de Infraestrutura, deputado Eduardo Salles (PP), informou que um documento com propostas emergenciais foi enviado ao Ministro dos Transportes, ao diretor-geral do DNIT, ao Ministro-Chefe da Casa Civil, ao Governador da Bahia e ao Senador Otto Alencar. As sugestões incluem um teste de carga imediato na ponte para possível liberação a veículos menores e o início urgente da recuperação estrutural. O ofício também cobra a pavimentação da rota de desvio principal, a elaboração de um projeto de duplicação da ponte e da BR-101, e um plano de comunicação claro sobre as obras. “Apelamos para que essas ações sejam tomadas imediata e concomitantemente”, enfatizou Salles.
Cobrado pelos deputados, Roberto Alcântara (DNIT) explicou que a ponte já estava interditada para veículos de carga desde janeiro, após monitoramentos, mas a restrição não estava sendo respeitada devido à falta de fiscalização constante. Ele relatou que caminhões frequentemente trafegavam em comboio durante a madrugada, burlando a proibição, o que levou à interdição total de 15 dias para uma nova avaliação técnica e segurança dos usuários.
Segundo o superintendente, a situação do tráfego pode ser revista após a divulgação do novo laudo, prevista para os próximos dias, desde que se garanta o fim do tráfego de veículos pesados. Alcântara também enfrentou críticas sobre a lentidão do DNIT no processo de avaliação e restauração da ponte, que se arrasta por sete anos, desde a primeira de três licitações fracassadas em 2018. Ele informou que uma nova licitação em 2023 finalmente definiu uma empresa para a reforma. No entanto, o DNIT agora avalia se a reforma deve prosseguir ou se a construção de uma nova ponte, já planejando a futura duplicação da BR-101, seria a melhor solução.
Uma nota técnica do DNIT, em Brasília, deve ser divulgada até esta quarta-feira (14), indicando o caminho a seguir. A previsão atual é de que o contrato de reforma seja interrompido em favor da construção de uma nova ponte. Caso essa decisão seja confirmada, um processo de contratação emergencial será aberto, com um prazo de aprovação estimado em até 15 dias, similar ao caso da ponte Juscelino Kubitscheck. A construção da nova ponte, segundo o DNIT, levaria cerca de 10 a 12 meses.
A preocupação dos legisladores e prefeitos vai além da obra em si. As condições precárias do desvio pela estrada da Veracel, que aumenta o trajeto em pelo menos 60 km, foram amplamente discutidas. A falta de pavimentação e infraestrutura adequada tem causado dificuldades de tráfego e congestionamentos, especialmente em dias de chuva.
O Impacto em Itapebi:
O prefeito Isan Botelho relatou o grave impacto social e econômico da interdição na região. Ele descreveu como a cidade foi “repartida”, com mais de 2 mil moradores em comunidades Isoladas do outro lado da ponte, (distrito de Caiubi, Povoado de Ventania, e zona rural norte) enfrentando enormes dificuldades no transporte de pacientes em ambulâncias e de estudantes.
Segundo Botelho, o retorno pela rota alternativa é inviável, forçando estudantes e enfermos a atravessarem a pé os cerca de 600 metros da ponte interditada para encontrar transporte do outro lado.
Isan Botelho alertou para as demissões e ameaças de fechamento de postos de combustível, restaurantes e outros comércios dependentes do fluxo da BR-101. O transporte de cargas também está severamente afetado, com aumento do frete e desinteresse de produtores e empresas em atender a região sul da Bahia.
Melhorias no Desvio:
Sobre o desvio da Veracel, o superintendente do DNIT informou que um contrato emergencial de manutenção será assinado até esta quarta-feira (13), com previsão de alargamento da pista, instalação de defensas metálicas em 22 km, sinalização e aplicação de material fresado.
ItapebiAcontece – Informações (ALBA)
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