Belém terá 222 dias de calor extremo em 2050, projeta estudo; no início do século, eram menos de 50

METEOROLOGIA
19 de Setembro de 2023 09h09

Análise de dados foi feita pelo jornal The Washington Post e pela organização sem fins lucrativos CarbonPlan

Twitter: @arnaldofenix

As mudanças climáticas estão aumentando o número de dias excessivamente quentes no mundo, de acordo com uma análise de dados climáticos feita pelo jornal The Washington Post e pela CarbonPlan, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve publicamente dados e análises climáticas.

No Brasil, que enfrenta nesta semana uma onda de calor sufocante, os próximos anos podem ser ainda mais difíceis. Segundo a publicação, em 2050, a capital do Pará, Belém, terá 222 dias com calor extremo — o aumento mais acentuado de qualquer grande cidade analisada.

Para fins de comparação, nos anos 2000, o município brasileiro tinha menos de 50 dias de calor extremo por ano.

As instituições responsáveis pelo levantamento utilizaram como temperatura mínima 32ºC, em uma forma aproximada de “temperatura de globo de bulbo úmido”, uma métrica que combina temperatura, umidade, luz solar e vento.

Nestas condições, até adultos saudáveis poderiam sofrer estresse térmico durante 15 minutos de prática de atividade física ao ar livre, por exemplo.

Das grandes cidades analisadas, a com o maior número de dias de calor extremo em 2050 será Pekanbaru, na Indonésia. A estimativa é de que sejam 344 dias extremamente quentes. Em 2000, eram pouco mais de 300.

A análise mostra ainda que, no ano de 2050, mais de 5 bilhões de pessoas estarão expostas a pelo menos um mês de calor extremo, que oferece riscos à saúde quando expostas ao sol. Isso deve significar mais da metade da população do planeta em 30 anos.

Desigualdade social

Apesar de as mudanças climáticas afetarem todo o mundo, a análise da CarbonPlan indica que os riscos serão maiores para os países pobres, em regiões já quentes, como o Sul da Ásia e a África Subsaariana.

“Os recursos parecem muito diferentes”, disse Tamma Carleton, professora assistente de economia ambiental na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara. “A história do calor é a desigualdade.”

Os especialistas associam as mudanças climáticas a grandes catástrofes, como inundações, incêndios e furacões.

No caso do calor, embora os riscos sejam mais silenciosos, as consequências podem ser extremas, incluindo mortes.

Segundo um estudo de pesquisadores de institutos de saúde europeus, cerca de 61 mil pessoas podem ter morrido durante ondas de calor na Europa entre o final de maio e o início de setembro de 2022.

 

ItapebiAcontece - Agência CNN

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