CASOS DOS PROFESSORES MORTOS

Geral
27 de Janeiro de 2012 12h01

Ex-secretário de Abade movimentou mais de R$ 1 milhão depois que foi preso

Edésio Lima, Ex-secretario de Governo de Abade

 

PORTO SEGURO - Quando tudo parecia que o assassinato dos professores sindicalistas Álvaro Henrique e Elisnei Pereira iria se tornar mais um crime insolúvel na Bahia, surgem novos fatos que podem ajudar a elucidar o caso.

 

 A tese de crime de mando ganhou força depois que o Ministério Público estadual (MP-BA) recebeu o relatório do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão de inteligência do Ministério da Fazenda.

 

De acordo com o documento recebido pelo promotor de Justiça Dioneles Santana, houve movimentação atípica na conta bancária do ex-secretário do governo Abade de mais de R$ 1 milhão.

 

Edésio Lima é acusado de ser o mandante do duplo homicídio e também de mandar matar seu motorista. Quem acusa é a Polícia Civil e o Ministério Público estadual. Diante dos fatos, a Justiça local sentenciou o ex-secretário a Juri Popular, em dezembro de 2010.

 

Os crimes ocorreram a partir de 17 de setembro de 2009, quando Edésio era o homem-forte do prefeito Gilberto Abade (PSB).

 

Para o MP-BA, os crimes teriam como motivação o fato do professor Álvaro Henrique, uma das vítimas, denunciar que havia desvio de verba na prefeitura.

 

O relatório do COAF diz que o dinheiro movimentado na conta bancária de Edésio (R$ 1.035.338, entre 1º de fevereiro e 3 de maio de 2011) não tem indicação clara de finalidade ou relação com o titular da conta com o seu negócio.

 

O MP-BA juntou esta semana o relatório do COAF ao processo que se arrasta no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), aguardando decisão se o ex-secretário e os demais acusados vão a Juri Popular, como foi decidido em primeira instância.

 

TESE DE CRIME DE MANDO REFORÇADA

 

Promotor Dionélis Santana O promotor Dioneles afirmou que “a tese de mando indiciária de autoria é sólida e persistente ainda mais quando se junta outros indícios como esses agora comentados sobre a conduta do autor do crime em questão”.

 

  

Promotor Dinélia Santana

 

No relatório do COAF não há informação sobre a origem do dinheiro depositado, o que, certamente, deve ser objeto de outra investigação.

 

MOVIMENTAÇÃO “ATÍPICA”

 

O COAF constatou que Edésio, enquanto secretário, ganhava R$ 6 mil por mês. Como ele ficou no cargo por 14 meses (de janeiro de 2009 a fevereiro de 2010), o máximo que poderia ter em conta, sem gastar nada, era cerca de R$ 95 mil, contando décimo terceiro e férias.

 

VEJA AS MOVIMENTAÇÕES APONTADAS NO RELATÓRIO COAF

 

A agência bancária é do Banco Santander de São Francisco do Conde.

Do dinheiro movimentado, R$ 654.400 foi a crédito e R$ 380.938 a débito.

R$ 419.494,68 são de depósitos de cheques;

R$ 3.170 depósitos em espécie;

R$ 68.922 de depósitos da mesma titularidade.

 

O ex-secretário passou cerca de oito meses preso na sede da Polinter, em 2010 (foi solto em 8 de novembro daquele ano). 

 

Por Geraldinho Alves/Imprensa Livre Fotos Hugo Santos/Radar64

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