Comunidade de Itapebi Reclama da Hidrelétrica com barragem no Rio Jequitinhonha e os prejuízos no ecossistema
A construção da UHE Itapebi foi iniciada em 1999 pela Neoenergia e entrou em operação no mês de fevereiro de 2003. Enquanto isso o déficit social e ao meio ambiente continua crescendo.
Twitter: @ItapebiAcontece
Imagem:Reprodução
Assim como foi denunciados os impactos socioambientais nas áreas da construção da Barragem de Pedra do Cavalo no Rio Paraguaçu, em 1986, em Itapebi também deveria ser investigado o descaso desde a construção da Usina Hidrelétrica de Itapebi do grupo Neoenergia. A construção da UHE Itapebi foi iniciada em 1999 pela Neoenergia e entrou em operação no mês de fevereiro de 2003. Hoje a situação do Rio Jequitinhonha na parte abaixo da barragem é crítica, a vasão do rio é tão pequena (em torno de 60m² por segundo), que entre os prejuízos causados ao ecossistema, também a comunidade ribeirinha e moradores de Itapebi “Cidade Baixa” que vive da pesca dos peixes nativos do rio, sofrem muito com a quase extinção de espécies de peixes como Robalo, Piau – este não existe mais; o Pitú crustáceo de água doce; além do assoreamento do rio, dificultando a navegação com ribeirinhos e zona rural e o agravamento da situação econômica de centenas de famílias da região que tem na pesca o único meio de sustento.
Foto: Arnaldo Alves
E a situação torna-se mais complicada ainda na foz em Belmonte onde até os pescadores do mar tem dificuldades de sair com suas embarcações devidas as muitas formas de assoreamento formando bancos de areia e fazendo com que o rio também naquele local com a maré baixa torna-se quase impossível a navegação até de botes para sair na barra, imaginam barcos de pesca de camarão e outros pescados.
Assim como a barragem de Pedra do Cavalo a operação da Usina Hidrelétrica de Itapebi deveria ser condicionada a uma série de ações, como elaboração de novo hidrograma para vazão ecológica, monitoramento dos impactos ambientais, adequação da planta e comunicação entre usina e comunidades ribeirinhas e tradicionais.
Prejuízos chega a Belmonte
A reportagem ItapebiAcontece por telefone ouviu o mecânico naval, Ary de Oliveira; ele disse que até o serviço dele foi prejudicado por conta da diminuição de clientes pois o número de embarcações que conseguem sair para pescaria em alto mar ficou muito reduzida, pois somente o número pequeno de embarcações médias consegue sair com a maré no limite alto de enchente. Ary disse ainda que as maiorias das embarcações de pesca da cidade de Belmonte hoje só conseguem trabalhar se forem usar os portos de Santo Antônio ou Santo André que são distritos de Santa Cruz Cabrália.
Imagem: Reprodução
Diante de tal depoimento, a Usina Hidrelétrica de Itapebi não só prejudica a comunidade itapebiense, bem como a comunidade de pesca na foz do Rio Jequitinhonha a mais de 100 quilômetros abaixo da barragem, na cidade do município de Belmonte. Sem contar toda a população ribeirinha e trabalhadores rurais de fazendas nas proximidades do Rio Jequitinhonha que só se locomovem através de pequenas embarcações e que até esses pequeno “botes” tem dificuldades de navegação naquilo que foi o leito do Rio.
Foto: ItapebiAcontece
A Usina Hidrelétrica de Itapebi é uma barragem localizada no município de Itapebi, com o nome de Itapebi Geração de Energia, empresa na qual o Grupo Neoenergia detém 100% de participação, é responsável pela implantação e operação da Usina Hidrelétrica (UHE) de Itapebi, localizada no rio Jequitinhonha, divisa dos estados da Bahia e de Minas Gerais. ? A UHE Itapebi tem a capacidade instalada de 462 MW e dispõe de três unidades geradoras de 154 MW, assegurando a geração total de 1,88 milhão MWh/ano de energia.
Foto:Marcelo Freire
Nesses 17 anos de exploração comercial na produção de energia elétrica pela (UHE Itapebi) Neoenergia, não se tem noticias de nenhum projeto social em beneficio das comunidades de Itapebi e de Belmonte que são muito prejudicadas pela hidrelétrica, além do prejuízo causado ao meio ambiente.
Foto: Arnaldo Alves
Neste aniversário de 62 anos de emancipação politica de Itapebi era para as empresas que ocupam o solo e os recursos hídricos do Rio Jequitinhonha entre Itapebi e Belmonte, deveria apresentar pelo menos algum projeto que amenize o déficit social causado por essas elas mesmo. Esse déficit social vem desde a construção da barragem entre 1999 e início de 2003.
ItapebiAcontece
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Comentários
- Nome: felipe
- Comentário: Dar dinheiro para pescadores e "comprar" a prefeitura e vereadores , não da o direito de tirar benefícios de pessoas que não concordam com a desgraças que fizeram em nossa cidade.. autoridades devem tomar uma providencia contra essa destruição do meio ambiente.. Acham que o dinheiro compra tudo mas não a vontade de Deus, a famosa orla e casas que deram como fazem o PT ne compra sua mãe e depois te deixa sem teta . fez para enganar a população que por falta de conhecimento e manipulada por quem acha que tem poder. os seus benefícios vão acabar Deus e justo e nada e destruído e não tem um retorno.
- Nome: Arnaldo
- Comentário: SALVE O RIO JEQUITINHONHA Desde que a Usina Hidroelétrica de Itapebi foi finalizada em 2002, próxima à foz do Rio Jequitinhonha, a cidade de Salto da Divisa - MG e outras circo-vizinhas nunca mais foram as mesmas, o rio não "existe" mais aqui; o que existe é uma espécie de lago densamente poluído e sem vida. Queremos que as autoridades do governo olhem para esta situação, o rio Jequitinhonha está biologicamente morto. Exigimos o nosso Jequi de volta, limpo e com suas belezas naturais. Além desses motivos, a construção dessa usina hidrelétrica contrariou o tombamento estadual do Conjunto Paisagístico das Cachoeiras do Tombo da Fumaça que foi aprovado pelo Conselho Curador do IEPHA em 11 de agosto de 1999 (link no final da página). Quando a hidrelétrica começou a funcionar, milhões de anos de formações geológicas foram destruídos em poucas horas. POR QUE ISSO É IMPORTANTE? Pois assim estaríamos recuperando um ecossistema inteiro. Antes da barragem o Rio Jequitinhonha era tão lindo e cheio de vida que pessoas de outros países vinham o visitar. Durante seu enchimento, milhares de animais morreram e uma mata atlântica inteira foi afundada nas águas da destruição. Se os governantes tomassem as medidas necessárias teríamos um oasis de biodiversidade como antes em Minas Gerais. Veríamos espécies que desapareceram da natureza local que aqui existiam em abundância, como o pássaro Catatau e o Tamanduá Bandeira, teríamos também nossa Mata Atlântica de volta e os pescadores e as lavadeiras teriam seu sustento de cada dia.
- Nome: JOÃO BATISTA MOURA FERREIRA
- Comentário: Por que não foram efetuados estudos detalhados sobre os impactos ambientais que tal construção causaria ao meio ambiente e às pessoas ribeirinhas. Primeiro se busca por parte dos grupos econômicos obter riquezas, quanto às administrações anteriores que ficaram à frente do município deveriam ter observado em estudos detalhados o custo benefício para o município e seus munícipes. Infelizmente, não temos bons gestores que visem o bem comum.