O que está no pacote de reformas Mais Brasil anunciado hoje por Guedes

Brasil
05 de Novembro de 2019 15h11

Propostas de emenda constitucional enviadas ao Senado incluem possibilidade de cortar jornada e salário de servidor e unem gasto mínimo em saúde e educação

Twitter: @ItapebiAcontece

 

Governo entrega pacote de propostas de reformas econômicas ao Senado.

5 de novembro de 2019. REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/Reuters)

 

São Paulo – O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentaram nesta terça-feira (05) um novo plano de reformas econômicas apelidado de Mais Brasil.

Foram enviadas ao Senado Federal três propostas de emenda à Constituição (PEC), que tem como objetivo trazer mais flexibilidade para as contas públicas.

Entre os princípios estão os 3 Ds (“Desobrigar, desindexar e desvincular” o Orçamento), além de mecanismos automáticos de ajuste em momentos de crise fiscal.

PEC do Pacto Federativo

Segundo Guedes, a PEC deve promover transferência entre R$ 400 bilhões e R$ 500 bilhões a Estados e municípios nos próximos 15 anos.

 

Os mínimos hoje estabelecidos para os gastos em saúde e educação dos entes federativos passam a ser um mínimo único, permitindo que o gestor decida em qual área usar.

Estados e municípios hoje são constitucionalmente obrigados a despender um mínimo de 25% da receita líquida de impostos em educação. No caso da saúde, o percentual é de 12% da receita para estados e 15% para municípios.

Será criado um novo conselho fiscal responsável por avaliar a situação financeira dos entes, reunindo a cada três meses o presidente da República, os presidentes da Câmara, do Senado, do Tribunal de Contas de União (TCU), do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos Tribunais de Contas dos Estados.

Os benefícios tributários serão reavaliados a cada 4 anos, e no âmbito federal, a partir de 2026, não poderão ultrapassar 2% do PIB. Enquanto estiver acima desse teto, não pode haver concessão, ampliação ou renovação do benefício.

Também a partir de 2026 a União ficaria proibida de socorrer entes em dificuldade fiscal e financeira, e também só pode, a partir daquele ano, dar garantias aos estados e municípios em operações com organismos internacionais.

Municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total serão incorporados pelo município vizinho.

PEC Emergencial

Será definido “estado de emergência fiscal” para a União quando o Congresso autorizar o desenquadramento da regra de ouro, que impede a emissão de dívida para financiar despesas correntes.

Para os estados, será emergencial quando a despesa corrente ultrapassar 95% da receita corrente. Nos dois casos, mecanismos automáticos de ajuste serão então disparados automaticamente.

União, estados e municípios em estado de emergência não poderão promover funcionários (com algumas exceções, como membros do MP, policiais, militares e judiciário) e ficam impedidos de dar reajuste, criar cargo, reestruturar carreiras, fazer concursos ou criar verbas indenizatórias.

Também fica suspensa a criação de despesas obrigatórias e de benefícios tributários, além de permitir redução de até 25% da jornada de trabalho com redução equivalente de salário para os servidores.

A PEC deve abrir um espaço no Orçamento de R$ 26 bilhões em 2020, se já entrar em vigor no ano que vem, dobrando para quase R$ 50 bilhões no segundo ano. Os cálculos são do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

PEC dos Fundos Públicos

De acordo com o governo, há 281 fundos públicos no Orçamento com R$ 220 bilhões “parados enquanto o país está no vermelho” pois estão vinculados por lei.

A ideia é que os fundos serão usados para pagamento da dívida pública, e que novos recursos sejam aplicados prioritariamente nos programas de Erradicação da Pobreza e Reconstrução Nacional.

A maioria dos fundos será extinta no fim do segundo ano subsequente à aprovação da PEC, e que será exigida lei complementar para criação de novos fundos.

 

ItapebiAcontece  com Exame

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