Temperaturas mais baixas do ano foram registradas nos últimos dias na capital baiana.
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Se você é de Salvador e não tirou o casaco do armário nos últimos dias, ou você é imune ao frio, ou não saiu de casa. Para os padrões da cidade, o inverno chegou com tudo, trazendo temperaturas que nos fazem sentir como se estivéssemos em uma baixa estação europeia em plena Baía de Todos os Santos. Moradores de Brotas já brincam que vivem nos “Alpes Brotenses”, mas a verdade é que o frio tem sido sentido em muitos outros bairros. Mas, afinal, onde está fazendo mais frio em Salvador?
De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), os termômetros registraram as menores temperaturas do ano. A estação meteorológica do Barro Duro marcou 18,9 ºC no dia 10 de julho, sendo a menor temperatura registrada em Salvador em 2025 até o momento.
Na sequência, outros bairros com temperaturas mais baixas foram São Tomé de Paripe, na estação da Base Naval de Aratu, que registrou 19,4 ºC no domingo (13), e Valéria, que atingiu 19,7 ºC na segunda-feira (14).
Apesar dos números, a sensação térmica pode variar. Beatriz Oliveira, operadora de telemarketing de 22 anos e moradora de Valéria, conta que, mesmo com a baixa temperatura, consegue lidar bem com o frio, exceto na hora de dormir. “Estou conseguindo levar numa boa, não sou de ficar usando casaco. Só que, pela madrugada, realmente fica um tempo bem frio”, admite.
Sosthenes Macêdo, diretor-geral da Codesal, explica que a sensação de frio não depende apenas da temperatura do ar. É por isso que, mesmo com o Barro Duro registrando as menores temperaturas, um morador de Pirajá pode ter sentido mais frio e precisado de mais agasalho. “Qualquer temperatura próxima dos 20 ºC na nossa capital, sobretudo por conta da condição térmica no ar e nos ventos, nos dá uma percepção maior do frio. O que posso dizer é que ele está sendo democrático: temos temperaturas baixas em Itapuã, Praia do Flamengo, Ondina, além de Barro Duro, Valéria e o Subúrbio Ferroviário”, afirma.
Cláudia Valéria, meteorologista do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), detalha que a sensação térmica é influenciada pela umidade relativa do ar e pela intensidade dos ventos. Ela explica que, no interior da Bahia, as menores temperaturas ocorrem em locais mais secos, afastados da costa. Já na capital, o frio está mais relacionado com a velocidade dos ventos.
Sosthenes analisa que a influência dos ventos úmidos do oceano pode contribuir para sensações térmicas mais baixas em áreas litorâneas como Itapuã e Praia do Flamengo. O mesmo ocorre em regiões com vasta vegetação, como o Barro Duro.
Para a estudante Rayssa Amorim, 23 anos, que mora na Barra, o frio está pegando de jeito. “Lembro que nos últimos três anos eu só senti frio quando o dia estava chuvoso. Agora, mesmo nos dias de sol, ainda sinto frio. Quando tento desafiar e sair de shorts, eu levo uma camisa longa e quentinha para me prevenir, e tenho saído sempre de tênis, porque senão meu pé congela”, conta.
Já Yasmin Gonzaga, estudante de 19 anos e moradora da Ribeira, relata que nunca sentiu tanto frio e está sentindo os impactos na saúde. “A mudança de tempo e o frio estão sendo bem ruins por conta das minhas alergias, o que acabou afetando a minha rinite e a minha imunidade no geral”, reclama.
Nos próximos dias, a previsão para Salvador não indica mudanças drásticas. Nesta quarta-feira (16), a temperatura mínima é de 20 ºC e a máxima de 26 ºC. Na quinta-feira (17), a mínima será de 21 ºC e a máxima de 27 ºC. Na sexta-feira, os termômetros podem variar entre 22 ºC e 25 ºC. Há mais de 85% de chance de chuvas em todos esses dias, segundo previsão do Climatempo.
ItapebiAcontece Fonte – correio24horas