“STF retoma julgamento de Bolsonaro às 14h com voto de Cármen Lúcia no centro das atenções”

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Após voto de Fux pela absolvição de seis réus, Cármen Lúcia pode consolidar maioria pela condenação de Bolsonaro e demais acusados de trama golpista.

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta quinta-feira (11), às 14h, o julgamento dos réus acusados de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022. Entre os investigados está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A ministra Cármen Lúcia será a primeira a votar no dia e tem papel decisivo: seu posicionamento pode empatar o placar pela absolvição de Bolsonaro ou consolidar maioria pela condenação.

Até agora, os ministros Alexandre de Moraes (relator) e Flávio Dino votaram pela condenação de todos os réus. Para eles, há responsabilidade coletiva pelos crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Dino, no entanto, defendeu penas menores para Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Paulo Sérgio Nogueira.

Já o ministro Luiz Fux abriu divergência. Ele absolveu seis dos oito acusados considerados centrais pela PGR e condenou apenas Mauro Cid e Walter Braga Netto pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Com isso, até agora, apenas Cid e Braga Netto têm maioria formada para condenação.

A análise deveria ter sido concluída na quarta-feira (10), mas o voto de Fux se estendeu por quase 14 horas, encerrando-se apenas à noite. Por isso, o presidente do colegiado, Cristiano Zanin, adiou a continuidade do julgamento para esta quinta-feira.

Ainda faltam votar a ministra Cármen Lúcia e o próprio Zanin. Caso haja maioria pela condenação, os ministros também definirão as penas.

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Os crimes em julgamento

Os réus são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio público da União e deterioração de patrimônio tombado.

O deputado Alexandre Ramagem responde ainda por três crimes, mas dois deles foram suspensos após decisão da Câmara dos Deputados e homologação parcial pelo STF.

Quem são os réus

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Abin;

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;

Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

Votos sobre Bolsonaro

O placar em relação ao ex-presidente está em 2 a 1 pela condenação. Moraes e Dino o consideram líder do grupo, citando a chamada “minuta do golpe” como indício de que Bolsonaro teria discutido medidas de exceção.

Na divergência, Luiz Fux rejeitou a tese. Para ele, os crimes de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático exigem a derrubada de um governo, o que configuraria um “autogolpe” no caso de Bolsonaro — algo que ele considera incompatível. O ministro também descartou a “minuta” como prova, afirmando que não há indícios de que Bolsonaro tivesse conhecimento ou participação no chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo”.

ItapebiAcontece – Informações da CNN Brasil