William Bonner e a TV aberta; a TV aberta no Brasil está longe de ser passado.

1 24

Imagens: Reprodução Web

Para uns e outros, no fim, “jornalista nunca presta”.

2 10

No dia em que o Jornal Nacional completou 56 anos, William Bonner, 61, o mais longevo âncora do telejornal mais importante do país, anunciou sua saída da bancada que ocupa desde 1996 — quase três décadas. Muito se fala sobre o fim da era da TV aberta no Brasil, diante do protagonismo das plataformas digitais. Ainda assim, diariamente surgem evidências de que o telejornalismo tradicional segue com legitimidade, prestígio e relevância.

Até o mais ferrenho “anti-Globo”, quando concede entrevista à emissora, corre para avisar ao mundo inteiro que vai aparecer no programa X ou Y. E se for no JN, então, a sensação é de ter conquistado um selo definitivo de importância. Não à toa, a notícia de que Bonner deixará o telejornal em 3 de novembro, quando será substituído por César Tralli, ganhou destaque em praticamente toda a imprensa, concorrência inclusa.

Nas redes sociais, a repercussão foi ainda maior. Telespectadores de todos os espectros ideológicos se manifestaram, quase sempre em tom azedo. A esquerda ligada ao PT acusa Bonner de ter contribuído para a ascensão de Bolsonaro, lembrando os famosos “dutos enferrujados jorrando dinheiro” no auge da Lava Jato. Já os bolsonaristas celebraram a saída, culpando o jornalista pela imagem negativa do ex-presidente durante a cobertura das falhas na pandemia. Para uns e outros, no fim, “jornalista nunca presta”.

Entre os números grandiosos da carreira de Bonner, vale citar o tempo que levou para oficializar sua decisão: cinco anos entre a escolha de sair e o anúncio público. Ele havia tomado a decisão durante a pandemia e agora seguirá para o Globo Repórter, o único programa jornalístico da emissora em que ainda não atuou.

No lugar dele, assume César Tralli, 54, que deixa o Jornal Hoje e a GloboNews para se mudar de São Paulo para o Rio. Repórter experiente, com destaque em coberturas policiais, do Judiciário e da Receita Federal, Tralli já passou por quase todos os telejornais da casa. Nos últimos dias, virou meme após viralizar um vídeo de Alcione, em entrevista a Pedro Bial, confessando ter fetiche por suas pernas — detalhe que, no JN, ficará escondido atrás da bancada.

Entre Bonner, Tralli e até Odete Roitman, uma coisa é certa: a TV aberta no Brasil está longe de ser passado.

ItapebiAcontece – Fonte: (Artigo Malú Fontes Metro 1)

Sem titulo 2