“DEI MINHA VIDA PARA QUE O POVO PUDESSE PROTESTAR”, DIZ DILMA APÓS MANIFESTAÇÕES

Geral
16 de Março de 2015 19h03

Presidente se colocou aberta ao diálogo e disse que as recentes denúncias, inclusive contra petistas, comprovam a autonomia das investigações da Lava Jato

Twitter: @ItapebiAcontece


A presidente Dilma Roussef falou nesta segunda-feira (16) pela primeira vez após as manifestações que levaram milhares à rua no último domingo (15).

"Muitos da minha geração deram a vida para que o povo pudesse ir às ruas se expressar. Eu, particularmente, participei e tenho a honra de ter participado dos processos de resistência da ditadura. Como outros brasileiros, sofremos as consequências da resistência para ver esse País livre da censura e da opressão, da interdição da liberdade de expressão", afirmou a presidente.



 

"Ontem, quando eu vi, como ocorreu na sexta, centenas de milhares se manifestando, não pude deixar de pensar e tenho certeza que muitos concordam comigo: Valeu a pena pensar na liberdade, valeu a pena pensar na democracia", completou Dilma.

Segundo a presidente, as manifestações do fim de semana mostraram que o País vive "pacificamente" com os protestos. "Na democracia, respeitamos as urnas. [...] Respeitamos todas as vozes".

Medidas de combate à corrupção e à impunidade

Ao defender "humildade" e "firmeza" por parte do governo diante das manifestações, a presidente afirmou ter tomado medidas de combate à corrupção. Dilma disse que anunciará nos próximos dias medidas de combate à impunidade. "Reitero minha convicção de que a conjuntura atual aponta para a necessidade de ampla reforma política", disse.

Dilma também destacou a autonomia que o governo dá à atuação da Polícia Federal. O Brasil é "um País em que o Executivo assegura liberdade de ação da PF, reconhece total autonomia do Ministério Público Federal para que apure denúncias de crimes de quaisquer espécies, investigando quem quer que seja", afirmou.

A presidente Dilma Rousseff disse também que a corrupção é uma “senhora idosa” e que está instalada em qualquer área do País, inclusive nas instituições privadas. A declaração da presidente rebate a afirmação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que a corrupção do país está no executivo, não no Legislativo.

“Acho que essa discussão não leva a nada. A corrupção não nasceu hoje. Ela é uma senhora bastante idosa neste país e não poupa ninguém. Ela pode estar em qualquer área, inclusive no setor privado”, disse a presidente, citando a crise financeira mundial em 2008 e 2009, devido a fraudes no setor bancário.

“O dinheiro tem este poder corruptor”, disse a presidente.

Situação econômica

A presidente disse ainda que o governo não abrirá mão de continuar neste ano com o ajuste fiscal e admitiu que no ano passado, podem ter ocorrido por parte do governo erros na avaliação das perspectivas de crescimento e continuado com as políticas anti-cíclicas com o objetivo de preservar os níveis de emprego. “É possível que a gente possa ter cometido algum de dosagem”, disse a presidente.

"É possível que a gente possa ter cometido algum erro. Agora, nós queríamos uma melhoria de emprego e renda. Tem gente que acha que a gente devia ter deixado algumas empresas quebrarem e alguns trabalhadores desempregados. Eu tendo a achar que isso era um custo muito grande para o país. Nós fizemos de tudo para a economia reagir. Podem falar o seguinte: 'então era melhor deixar quebrar'. Eu não acredito nisso", avaliou Dilma.

Denúncias

A presidente ainda avaliou que a presença de petistas entre os 27 denunciados no esquema de corrupção, entre eles o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, não prejudica o seu governo.

“Eu não acredito. Eu acho que esses acontecimentos mostram que todas as teorias de como é que o governo interferiu sobre o Ministério Público Federal, sobre quem quer que seja, para investigar, são absolutamente infundadas. Tanto é assim que isso acontece”, disse.

 “Se querem investigar, vamos investigar. Quem for responsável pagará pelo que fez”, enfatizou.

"Meu compromisso é governar o País para os 200 milhões de brasileiros, seja os que votaram, seja os que não votaram em mim, seja os que participaram, seja os que não participaram das manifestações", finalizou a presidente.

O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff foi feito após a cerimônia de sanção do Código de Processo Civil.

ItapebiAcontece / IG

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