Gerente regional diz que a Ceplac 'está fadada a morrer por inanição'
Oficialmente não existe nada que indique o fechamento do escritório de Eunápolis ou de um dos escritórios da região
Twitter: @ItapebiAcontece
Semana passada o Radar 64 noticiou que os servidores da Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) em Eunápolis estão temerosos quanto à possibilidade do escritório local do órgão ser desativado.
O gerente regional do órgão, o engenheiro agrônomo Antônio Carlos Santos, falou com a reportagem sobre o assunto, afastando o temor de que a unidade de Eunápolis, bem como das demais cidades da microrregião seja fechada.
“Oficialmente não existe nada que indique o fechamento do escritório de Eunápolis ou de um dos escritórios da região”, disse ele, afirmando ainda que o que falta é investimento no órgão, de uma forma geral: “Há 25 anos que não é feito concurso público e o quadro de funcionários está envelhecendo e diminuindo”.
Foto: Gustavo Moreira/RADAR 64 |
Sede da Ceplac em Eunápo |
O gerente deixa claro que essa falta de investimentos atinge toda a Ceplac.” O que ocorre é a falta de vontade política de se investir nesse órgão tão importante. O problema é ainda mais grave, pois a Ceplac, na realidade, não é [reconhecida como] um órgão, é um Decreto. E a gente sente, como conhecedor da história da instituição que, na realidade, ela está fadada a morrer por inanição. Vão tirar o oxigênio, tirar o oxigênio...', falou.
O agrônomo fez uma ampla explanação sobre a história do órgão, explicando porque ela é apenas um decreto. É que ele foi criado na década de 1950, como uma Comissão [Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira] que tinha como incumbência encontrar solução para a crise que se abateu sobre a cacauicultura naquela década. Com o passar do tempo, a Ceplac foi atuando como um órgão de assistência técnica, depois como órgão de pesquisa e, assim, sem ser reconhecida como um órgão do governo federal, continua até hoje prestando um serviço que é único no Brasil e no mundo.
Conclui o gerente do escritório de Eunápolis dizendo que a tendência é de que os servidores atuais se aposentem e o órgão seja, assim, um dia desativado devido à falta de investimentos e de servidores.
Em postagens recentes, órgãos de imprensa de Itabuna noticiaram, em forma de denúncia, essa falta de investimentos no órgão e concluíram, assim como Antônio Carlos, que o que o governo pretende, é mesmo deixar que a Ceplac definhe até o fim, “e morra por inanição”.
Por Radar64