ITAPEBI ABANDONADA: CIDADE NÃO TEM NENHUM FESTEJO NO SEU ANIVERSÁRIO
Geral
13 de Agosto de 2014 17h08
Com a cidade, praticamente, abandonada e em extrema dificuldade financeira, a administração municipal não irá realizar nenhum evento para comemorar o aniversário do município, neste dia 14 de Agosto.
Twitter: @ItapebiAconteceNa próxima quinta-feira 14 de Agosto, o município de Itapebi, no extremo sul baiano, região da Costa do Descobrimento, completará 56 anos de emancipação política. Os itapebienses e a imprensa regional desconhece qualquer programação feita pela prefeitura para comemorar a data cívica e histórica. A não ser uma manifestação organizada por jovens estudantes, igrejas, servidores sem receber salários há quatro meses, dentre outros manifestantes.
No ano de 1958, mediante Lei Estadual n.° 1022 de 14 de agosto e publicação no diário oficial no dia 15/08/1958, foi criado o município de Itapebi, com território desmembrado de Belmonte.
Nesse mesmo ano foi eleito o primeiro prefeito, Clóvis Adolpho Stolze, e sua primeira Câmara representada pelos vereadores Moacy Souza Stolze, Hermes Siquara da Rocha, Adony Querubino de Andrade, Rubem Ferreira dos Santos, Vicente Barreira, Landulpho Ludgero dos Santos e Wilson Guimarães.
A construção da BR 101, nos anos de 1971 a 1973, inseriu a região extremo sul da Bahia no cenário nacional.
No Censo 2010 a população de Itapebi era de 10.495 habitantes. Já minguando com os descasos administrativos que vem sofrendo nos últimos tempos, essa é a verdade.
É no mínimo uma falta de respeito com a cidade o que a administração do prefeito Francisco Brito vem fazendo e agora também com relação ao aniversário de Itapebi. O dia 14 de Agosto, data oficial de emancipação da cidade, passar em branco.
A prefeitura não vai comemorar nada e a comunidade diz ainda que não tem mesmo nada para comemorar. “A cidade está abandonada há muito tempo“, revelam os moradores.
Há pelo menos três meses, o pagamento dos salários de muitos servidores não vem sendo realizado e muitos fornecedores não veem a cor da grana há vários meses. No aniversário da cidade, até mesmo o tradicional desfile cívico estudantil, que reúne centenas de pessoas nas Avenidas Vicente Barreira e Othon Cachoeira, foi cancelado.
A situação beira o caos. Até mesmo a manutenção de serviços essenciais, como a coleta de lixo, está ameaçada. Na última semana, os caçambeiros e funcionários da empresa, responsável pelo recolhimento do lixo domiciliar, paralisaram as atividades, temporariamente, só retornando ao trabalho após a promessa da regularização dos salários.
Lembro-me ainda das disputas no dia 14 de agosto e 7 de setembro para ver quem era a melhor escola – O antigo Ginásio Clóvis Adolpho Stolze, Colégio Municipal, o hoje prédio abandonado na cidade Histórica e o Colégio Luiz Viana Filho – antigo prédio da SUDENE e também abandonado, os professores que ensaiavam conosco para darmos o nosso melhor.
Tempos em que o aniversário da cidade era uma festa memorialista e nessa memória lembrei-me do chefe Gerson do Grupo de escoteiros onde também fiz parte.
Saúde e educação eram outras, hoje, padecemos com um hospital maternidade para todos os casos ou servindo de rodoviária de ambulâncias quando tem, para transportar doentes para Eunápolis e Porto Seguro quando os médicos reguladores permitem recebimento destes pacientes, se não morrem por aqui mesmo. E saibam que o “nosso” prefeito de fato é médico.
Gostaria de está fazendo esta matéria falando de pelo menos três bons motivos para Itapebi comemorar seus 56 anos, mas essa tarefa é impossível pois não temos fatos positivos, o que vemos são ruas esburacadas, falta de segurança, descaso com a saúde e salários atrasados. Simplesmente tive que escrever sobre o passado, pois não há esses três fatos no agora. Não, não há motivos para comemorar e se fosse relatar todos os problemas de Itapebi hoje, essa página é insuficiente e eu teria uma outra tarefa - escrever um livro.
Por Arnaldo Alves