ITAPEBI: PROFISSIONAIS DA SAÚDE RELATAM COMO É SER A PRIMEIRA LINHA DE COMBATE À PANDEMIA DO COVID-19 (CORONAVÍRUS)

Gente
20 de Junho de 2020 22h06

“Se uma única pessoa acreditar que precisa ficar em casa, já vamos ter salvado vidas. É isso que importa, não é?”

Twitter: @ItapebiAcontece

Imagem: Divulgação

 

Profissionais de saúde têm um dos maiores desafios na história recente do país: atuar na linha de frente no combate ao coronavírus. São os heróis em uma guerra contra um inimigo invisível.

Em postos de saúde, hospitais e até em residências onde são chamados para colher materiais de possíveis contaminados por apresentarem sintomas, eles estão em contato direto com casos suspeitos, tratando os confirmados, orientando as demais pessoas a permanecerem em casa, enquanto eles próprios precisam estar onde estão.

Para muitos profissionais de saúde principalmente nos pequenos centros, inclui-se ai o pequeno município de Itapebi, bem como, seu distrito e povoado é como um cenário de guerra, em que toda a sociedade é, inevitavelmente, afetada – se não pelo vírus, pelas medidas tomadas para prevenir sua disseminação em larga escala. A comparação com um conflito global não parece absurda. A doença que assola o planeta não faz distinção entre jovens e idosos, homens e mulheres, ricos e pobres. Ainda que seja mais perigoso ao atingir alguns grupos – especialmente a população de mais idade e pessoas com doenças crônicas –, o vírus é capaz de infectar indistintamente, conforme as informações que se tem até o momento. Armados com jalecos, máscaras e luvas, profissionais da saúde também estão expostos na defesa da população em um combate que, até agora, tem deixado baixas em todo mundo.

 

Por telefone o secretário de saúde de Itapebi, Sergio Murilo falou ao ItapebiAcontece ;

“Aos Leitores deste valoroso instrumento de comunicação venho deixar um depoimento de agradecimento a todos os profissionais da área da saúde e todos aqueles que resolveram auxiliar de uma forma ou outra nosso município a passar por essa PANDEMIA que espalhada pelo planeta e nos causa estragos irrecuperáveis, todos entramos juntos nessa grande batalha e vamos sair todos juntos, prometemos enquanto colaboradores da saúde não dar as costas nenhum filho de Itapebi, pois bem lutaremos até o fim, a força encontramos no povo que paga nosso salário e sobre tudo no Deus todo poderoso”.

“Estamos no olho do furacão. É muito assustador para a equipe enfrentar essa situação no front”.

Murilo disse ainda que tem conhecimento de como é nos PSF e no HPP o atendimento médico normal da equipe que presta serviço à população. “A pressão, que já é constante para eles, torna-se ainda mais presente em um contexto pandêmico”.

Ele explica que qualquer funcionário que apresente o menor sintoma compatível com os de coronavírus é rapidamente examinado por uma equipe, que vai definir se o profissional deve ser encaminhado para isolamento domiciliar.

“Não é por trabalharem em unidades de saúde que médicos, enfermeiros, seguranças, auxiliares de limpeza, atendentes, motoristas de ambulâncias do município, SAMU-192, entre outras funções, temem menos o coronavírus. Ninguém está imune à doença. Muitos profissionais relatam que o medo não é exatamente de ser infectado, mas de que a sua contaminação represente risco a muitas pessoas que estão no seu convívio ou ao seu redor, seja em casa, nas relações de amizade, nos hospitais ou postos. A linha de frente da saúde é um vetor em potencial apresentando ou não os sinais compatíveis com a covid-19, já que podem ter contraído a doença, estarem assintomáticos e, ainda assim, podendo contaminar outras pessoas”.

 

DEPOIMENTOS DOS GUERREIROS DA SAÚDE DE ITAPEBI

Depoimento do Fisioterapeuta Lucas Freitas, profissional de Frente no enfrentamento de combate a pandemia do Covid-19 (coronavírus)

Veja o que disse por telefone ao ItapebiAcontece  o Fisioterapeuta Lucas Feitas que desde o primeiro dia está junto com a enfermeira Kerlly no enfrentamento direto com os que apresentam sintomas ou até mesmo aqueles que chegam de outros municípios e estados. Eles são os dois profissionais que colhem materiais para exames (PCR) e ou fazem os testes rápidos seguindo os protocolos naqueles que já apresentam sintomas.

“São mais de três meses de luta, de combate, por todo esse tempo os desafios são inúmeros, mas nada supera o medo, que realmente temos, pois somos humanos”. Mas o que estamos passando nos últimos 10 dias são os momentos mais difíceis desde o início desse enfrentamento em Itapebi. O crescimento do número de casos veio acompanhado do aumento do medo, além do desgaste físico e mental. Pois a carga emocional é muito grande, porque não estamos lidando com marionetes, mas sim com vidas, que necessitam de cuidado e do que mais importa a certeza de que podem superar essa doença. Valorizo todos os nossos colegas de profissão, todos que estão engajados nessa grande batalha, mas não poderia deixar de destacar o empenho e dedicação da minha parceira do dia-a-dia, pois Kerlly é uma iluminada que abraçou essa missão junto comigo”.

“São momentos difíceis também, onde a gente chora, sente a dor do próximo e mantém a mente ligada nas madrugadas pensando na situação de cada um dos nossos pacientes”.

“Mas o sentimento de gratidão a Deus é essencial, pois é ele quem tem nos dado a proteção diária”. “Não somos de ferro, precisamos sim de incentivo e atenção dos amigos, pois o controle emocional, como já disse, é nosso maior desafio”.

 

Depoimento da Enfermeira Margareth Botelho Silva Bomfim - enfermeira/coordenadora da atenção básica de Itapebi

Em tempos de pandemia, algo que nem pensávamos que iríamos passar, aqui estamos nós, há mais de 3 meses, lutando contra um vírus invisível, que atinge pessoas de todas as classes. Assim como a população em geral, nós, profissionais de saúde, somos seres humanos, mais somos qualificados para cuidar do outro.

Não está sendo fácil, o cansaço físico e mental já está entre nós, mais não desistimos e não vamos desistir, vamos resistir e continuar lutando pela vida, cuidando de quem precisa de nós.

Peço que a população tenha empatia por nós, saímos todos os dias para cuidar de quem precisa de assistência, e com isso nos isolamos de quem amamos, distantes de pais, de filhos, de avós... Agora é tempo de nós recolhermos e nos isolarmos para nos proteger e proteger o outro. Juntos venceremos essa pandemia, pois juntos somos mais fortes.

#fiquememcasa

Depoimento da Enfermeira Kerlly Tainara, profissional de Frente no enfrentamento de combate a pandemia do Covid-19 (coronavírus)

 

O enfrentamento da pandemia nos últimos dias tornou-se extremante satisfatório e ao mesmo tempo desgastante, física e mentalmente. São mais de três meses de dedicação. Temos uma enorme preocupação em fazer um bom trabalho de cuidar da população, de diagnosticar precocemente, de identificar sinais de agravamento da doença, de saber se conseguiremos vagas com rapidez para transferência de pacientes graves, de orientar devidamente a população.

 Esse é o nosso dia a dia: preocupar-se com os doentes e com os saudáveis que podem vir a adoecer. Preocupamo-nos com os que apresentam outras doenças de base, os que têm mais chances de agravar. É uma jornada de parceria e intensa comunicação com os colegas enfermeiros e médicos, o hospital, as vigilâncias, o secretário de saúde, a administração. Não fazemos nada sozinhos, é uma equipe enorme que não para, se preocupa e sofre. Quando abordo acerca do desgaste me refiro ao trabalho intenso de manhã, tarde e noite, que não tem hora para começar e nem acabar, isso nos cansa fisicamente e dormimos pensando no outro dia, de quem precisa de nossa avaliação, nossa visita. Mas, o que mais nos desgasta é ver algumas pessoas que ainda desacreditam da doença não levarem a sério quando pedimos para evitar aglomerações, quando pedimos para ficarem em casa. Mas, e esse é o mais importante, quando falo de satisfação é por ver resultado do nosso trabalho, por ver pessoas com boa assistência, por ouvir palavras e ver sorrisos de gratidão, por ver cada paciente recuperado voltando à atividade diária. Enfrentamos cada dia sabendo que Deus nos guarda em nosso trabalho e que porque Dele, por Ele e para Ele são todas as coisas!

“Apesar de sermos profissionais de saúde, somos, antes de tudo, seres humanos”.

Depoimento da Enfermeira Jumara de J. Silva Alves Marques, do PSF Joathan Cardoso Ribeiro Cidade Histórica “Cidade Baixa” e Enfermeira interina no PSF Alípio Rodrigues Mota no centro do cidade alta de Itapebi.

Diante do momento em que forçosamente estamos vivendo uma época de grande perigo, estamos com certeza no olho do furacão. A equipe de saúde tensa e ansiosa somando forças para criar estratégias para proteger nossa população para que não tenhamos grandes perdas. Por essa razão enfatizamos sempre para que quem puder, FICA EM CASA saia apenas para o imprescindível.

 A exposição ao vírus já tem cobrado seu preço: o aumento súbito de casos confirmados em nosso município.

 

Depoimento de Elisabete (Beth), Agente comunitária de saúde da área do PSF Joathan Ribeiro na cidade histórica (Cidade Baixa).

Nós Agentes Comunitária de Saúde (ACS), Temos todos os medos do mundo com relação a esse momento que estamos vivendo. Pois infelizmente não é só com a nossa saúde e a saúde da nossa família que temos que nos preocupar, mais com todos que nos cercam e com as famílias que cuidamos.  Amigas e amigos. Infelizmente o que temíamos está acontecendo em nossa cidade baixa, UM CASO SUSPEITO DE COVID19. Se Deus nos permitir domingo chegará o resultado e será NEGATIVO. Mais precisamos redobrar nossos cuidados e nossa responsabilidade conosco e com o próximo; pois aqui estamos numa comunidade pequena e com muitos idosos e pessoas com morbidades, que são do grupo de risco gravíssimo. Peço encarecidamente a cada um de vocês que fiquem em casa.

Depoimento de Maria José Novaes,  Auxiliar de Enfermagem do PSF Joathan Ribeiro, na Cidade Histórica “Cidade Baixa”.

Conter essa pandemia depende muito de nossas atitudes, temos que manter distância para limitar a disseminação da infecção covid-19. A nossa comunidade,  pedimos para fica em casa, lugar seguro é a nossa casa, vamos combater esse vírus. Medo, tenho, saio  para trabalhar na certeza de que vou fazer o melhor todos os dias, mas, a incerteza de como voltarei,  livre ou com vírus.

 

Por: Arnaldo Alves / ItapebiAcontece

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