Petrobras faz investimento de R$ 10 milhões no Carnaval de Salvador
Do total, R$ 7 milhões são da cota oficial; outros R$ 3 milhões, para blocos e trios
Twitter: @ItapebiAcontecePatrocinar os blocos afros e trios sem corda, resgatando o conceito de festa feita pelo povo e voltada para o povo dos carnavais antigos. Essa é a estratégia das ações promocionais de patrocínio da Petrobras para o Carnaval de Salvador 2014. As ações foram anunciadas, ontem, durante almoço com jornalistas promovido pela estatal, no Sheraton Hotel da Bahia, no Campo Grande.
Elevando em mais de 100% a média de investimentos em anos anteriores, de cerca de
R$ 4 milhões, a estatal injetará R$ 10 milhões este ano na folia de momo. Desse total, R$ 7 milhões foram pagos à prefeitura, na compra de uma cota oficial da festa. Outros R$ 3 milhões foram para os blocos afros e trios elétricos independentes, que vão desfilar nos circuitos oficiais sem cordas.
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Representantes de entidades negras e de trios independentes receberam R$ 3 milhões em apoio da estatal (Foto: Robson Mendes) |
Serão patrocinados em 2014 os blocos afros Ilê Aiyê, Olodum, Araketu, Malê Debalê, Ókánbí, Muzenza, Os Negões, Bankoma e Cortejo Afro e o afoxé Filhos de Gandhy. A Petrobras também patrocina os trios independentes tradicionais como Armandinho, Dodô e Osmar, Tripodão, trio Luiz Caldas, o Trio do Boca e o Eco Axé.
O gerente de Comunicação Institucional da Petrobras, Darcles Andrade, destacou o compromisso da Petrobras de contribuir para o resgate da herança cultural africana no Brasil e para a valorização de um Carnaval para todos. “O Carnaval de Salvador é a maior festa popular do planeta. Desde 2005, patrocinamos esse Carnaval, com o resgate das tradições e manifestações através dos blocos afros e de artistas independentes”, afirmou. “Temos historicamente patrocinado em torno de R$ 4 milhões e este ano nós aumentamos para R$ 7 milhões (a cota da prefeitura)”, disse.
Entidades
Presentes ao almoço, representantes de blocos afros e de trios independentes comemoraram o aporte financeiro. “Esse patrocínio nos últimos anos tem dado uma guinada muito forte na qualidade do nosso Carnaval. A maioria desses blocos afros não consegue vender fantasias, poucos conseguem. O patrocínio evita que a gente acabe a festa cheio de dívidas, como acontecia no passado”, destacou Vovô do Ilê, fundador e presidente do bloco Ilê Aiyê. Ele acrescentou que o patrocínio tem sido, também, fundamental para manter os programas socioculturais mantidos pelo Ilê.
Outro bloco beneficiado com o patrocínio foi o Filhos de Gandhy, que este ano completa 65 anos. “O Filhos de Gandhy agradece essa parceria e espera que ela dure por muito tempo. Este é um ano de muita alegria, porque sentimos um maior reconhecimento das entidades negras”, elogiou o presidente do bloco, Agnaldo Silva.
Já Walmir França, presidente do Fórum de Entidades Negras da Bahia, ponderou sobre os patrocínios. “As empresas não fazem isso apenas para apoiar a cultura, mas também porque dão visibilidade à sua marca, têm retorno”, disse.
Um dos beneficiados foi o músico Luiz Caldas, que elogiou o movimento de valorização da cultura dos carnavais antigos. “Há muitas décadas que o Carnaval de Salvador está entregue aos blocos privados. Sem esse apoio, não poderíamos ter um bom trio”.
Itapebiacontece/Correio