A partir desta quinta, o posto de pontífice está oficialmente desocupado

Geral
28 de Fevereiro de 2013 08h02

Durante o conclave, um fogareiro é instalado na capela onde ocorre a eleição. Se a fumaça é preta, não há eleito. Se a fumaça é branca, um novo papa foi escolhido. “ Habemus papam”, pronuncia o decano se o cardeal escolhido aceitar o cargo

Twitter: @ItapebiAcontece
 

Foto: AFP

Bento XV formaliza renúncia hoje

 

O primeiro passo para a escolha do novo papa da Igreja Católica está dado. Oficialmente, a partir de hoje, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, de 85 anos, não é mais o chefe supremo da Igreja Católica e passa a ser chamado de papa emérito. Com sua saída, Bento XVI deixa vazio o posto mais alto da Igreja durante os próximos dias, até que a tradicional frase “habemus papam” (temos papa, em latim) seja pronunciada, logo após a eleição de um novo pontífice.

Dessa vez, contudo, a cerimônia de escolha do novo papa, o conclave, será provavelmente realizada mais cedo. Isso porque Bento XVI publicou um decreto esta semana cancelando a necessidade de esperar 15 dias para a eleição. Ratzinger conduziu a Igreja Católica de abril de 2005 até as 20h de hoje, quando entra em vigor a renúncia.

Crises Oficialmente, o Vaticano divulgou que a renúncia do papa, anunciada na primeira quinzena de fevereiro, teve como razão a idade avançada do pontífice, já sem a força mental e física necessária para exercer o cargo. A imprensa internacional, porém, noticiou que as razões para a desistência do papado, a primeira em 600 anos, remetem à crise que vive a Igreja.

O pontificado de Bento XVI foi marcado por vários escândalos como o VatiLeaks, casos de abuso sexual cometidos por clérigos e as denúncias de que o papa decidiu renunciar por saber de casos de corrupção e prostituição no Vaticano. 

Por isso, especialistas esperam que o novo pontífice seja um homem de fibra, com forte capacidade de governar. “O novo papa deverá ter a força exigida pelo ofício, algo que Ratzinger não tinha mais”, opinou o professor de Direito Canônico da Universidade Católica de Brasilia (UCB) Paulo Bosco. “A pressão sobre um papa é muito grande; ele deve ter capacidade de governar”.

Além de contornar as crises, o novo papa terá o desafio de adaptar a Igreja à modernidade. “A ampliação do diálogo com outras religiões seria uma abertura importante para modernizar a Igreja. Outro tema relevante é a discussão sobre a utilização de novas tecnologias na comunicação da Igreja”, enumera Bosco. 

Conclave  No conclave que escolherá o próximo papa estarão representados todos os continentes: Europa, com 60 cardeais, América Latina (19), América do Norte (14), África (11), Ásia (11) e Oceania (1). Os países que têm mais cardeais eleitores são a Itália, com 28, os Estados Unidos, com 11, a Alemanha, com seis, além de Brasil, Espanha e Índia, com cinco cada um.

A imprensa internacional aponta quatro favoritos para assumir o posto: três italianos e um canadense (conheça os nomes na página 35). Outro nome europeu cotado é o austríaco Christoph Schönborn, 67 anos, arcebispo de Viena e ex-aluno de Bento XVI.  

Entre os brasileiros, nenhum dos cinco nomes têm grandes chances, mas o arcebispo de São Paulo, Odilo Scherer, de 63 anos, é o mais citado. O arcebispo emérito de Salvador, dom Geraldo Majella, 79, também participará do conclave.



Ainda estão na lista dos possíveis sucessores de Ratzinger o argentino Jorge Bergolio, 76, e o filipino Luis Antonio Tagle, 57. Alguns nomes africanos também são citados. O principal é Peter Turkson, de Gana. Aos 65, ele é presidente do Pontifício Conselho por Justiça e Paz, no Vaticano. Sua popularidade na África é impulsionada por programas de TV.

O conclave deve acontecer assim que todos os 115 cardeais eleitores cheguem ao Vaticano. Antes da votação, eles 
terão momentos de oração e meditação. Para que um seja eleito, deve ter pelo menos 77 votos, o equivalente a dois terços.

A eleição acontece na Capela Sistina, com duas votações de manhã e duas à noite. As cédulas de voto são queimadas. Quando o resultado é alcançado, o decano dos cardeais pergunta ao escolhido se ele aceita a eleição. Em caso positivo, ele torna-se papa. Em seguida, o novo papa deve dizer o nome que escolheu como pontífice. Durante o processo de votação, um fogareiro é instalado na Capela Sistina para informar o mundo sobre o resultado da votação. 

Se a fumaça é preta, não há eleito. Se a fumaça é branca é sinal de que um novo papa já foi escolhido. Após a eleição e diante de uma multidão de fiéis na Praça de São Pedro, o decano pronuncia a famosa frase: “Habemus papam”.

Menor país do mundo, Vaticano possui características peculiares
Apesar de ter um banco central próprio, canal de rádio e televisão, jornal impresso e status de país, o Vaticano possui uma área de apenas 0,44 quilômetro quadrado e 800 habitantes, sendo apenas 450 cidadãos.

Em outras palavras, seria possível colocar mais de 1,3 milhão de Vaticanos somente dentro de Cajazeiras. Maior bairro de Salvador, Cajazeiras possui cerca de 600 mil quilômetros quadrados. Não apenas o tamanho mínimo faz do Vaticano um país curioso.

Criado em 1929, a cidade-estado possui regras próprias difíceis de encontrar mesmo nas mais rigorosas ditaduras. Seu chefe supremo, o papa, acumula os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. A religiosidade garante que o país receba, por ano, muitos turistas que superam sua população em mais de seis mil vezes. Anualmente, são mais de cinco milhões de visitantes.

Por Correio


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