O processo interno do PT para escolha do nome que representará o partido na disputa de 2014 já ganha traços de novela mexicana. O prazo estipulado para esta sexta-feira (15) foi esticado até o próximo dia 30 e, de acordo com o presidente estadual do partido, Jonas Paulo, pode ser novamente adiado.

E a indefinição parece agradar ao secretário do Planejamento do estado (Seplan), José Sérgio Gabrielli, que aproveita o impasse para correr em busca de viabilizar seu nome. Ele dará sua cartada final no próximo dia 22.

O ex-presidente da Petrobras aproveitará a presença do ex-presidente Lula na Bahia para pedir apoio na tentativa de fazer o governador Jaques Wagner desistir do chefe da Casa Civil, Rui Costa. Lula participará da inauguração de fábrica da cerveja Itaipava e depois seguirá para Salvador, onde se reunirá com Wagner.

Apesar de pregar o clima paz e amor e de reconhecer a liderança de Jaques Wagner na escolha de quem tentará seu sucessor, o ex-presidente da Petrobras volta a dizer nas entrelinhas também que Lula e a presidente Dilma Rousseff terão suas posições levadas em conta acerca do pleito do estado detentor do terceiro maior colégio eleitoral do País.

Gabrielli está tão disposto a manter seu nome no tabuleiro até o fim que já fala até em bate chapa, apesar de considerar que esta não seja a melhor forma.

"Eu acho que um bate chapa é uma solução que não tem muito sentido nesse momento. Quem ganhar não ganha. Em um bate-chapa entre um [pré-candidato] com apoio do governador e outro sem, os dois sairão perdendo. Precisamos de convergência, esse é o elemento chave", disse Gabrielli ao site Bahia Notícias.

O secretário confirma que conversará sobre a sucessão baiana com Lula, mas diz que ele não influenciará de forma direta na decisão que será anunciada por Jaques Wagner. "Não acredito que ele vai tomar posição explicita e aberta sobre a sucessão da Bahia. Ele acompanha de perto, mas não acredito que vai se posicionar de forma contrária ao governador e ao partido".