Próximo leilão de energia: Governo aposta em tecnologia para "estocar vento" e garantir segurança do sistema
Sistema de baterias pode armazenar geração elétrica de turbinas eólicas e painéis solares.
Twitter: @arnaldofenix
Baterias podem armazenar eletricidade gerada e distribuí-la de acordo com necessidadeImagem: Pixabay
A consulta pública do governo federal para o próximo leilão de reserva de capacidade de energia, previsto para 30 de agosto, foi encerrada nesta quinta-feira (28). A edição deste ano será inovadora, com a inclusão de baterias para armazenamento e distribuição de eletricidade, conforme anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na última semana.
O objetivo do certame é estabelecer novas tecnologias para atender à demanda de energia dos próximos anos e aumentar a potência do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Baterias para eficiência energética e segurança do sistema
Com a crescente participação de fontes renováveis intermitentes, como a solar e a eólica, há a necessidade de adaptar o modelo energético. As baterias surgem como solução para armazenar a energia gerada e distribuí-la conforme a demanda, evitando desperdício e aumentando a previsibilidade.
Especialistas ouvidos pela CNN defendem o armazenamento em baterias como uma das soluções para a eficiência energética nacional. Joaquim Augusto Melo de Queiroz, advogado especialista em energia, destaca que o avanço da tecnologia torna o modelo mais acessível.
"As baterias possuem a vantagem de fornecer potência imediata ao sistema, o que contribui para a segurança do sistema elétrico nacional", afirma Queiroz.
Lucas Paiva, CEO da Lead Energy e especialista do setor elétrico, complementa que as baterias podem evitar transtornos em caso de interrupções nas transmissões.
"A inclusão das baterias no leilão abre espaço para testarmos essas novas tecnologias e termos uma reserva para acionarmos em momentos de necessidade do sistema", explica Paiva.
Associações de armazenamento de energia reconhecem o potencial da inclusão das baterias no leilão para a transição energética do Brasil. Markus Vlasits, presidente da Associação Brasileira de Armazenamento de Energia (ABSAE), celebra a decisão como um avanço significativo na agenda de transição energética do país.
Desmembramento do leilão: foco na segurança e desenvolvimento
Embora reconheçam os benefícios das baterias, alguns analistas defendem o desmembramento do leilão em duas partes: uma para as usinas geradoras e outra para as baterias. Tiago Lobão Cosenza, advogado especialista no setor energético, argumenta que a separação traria mais amparo ao setor.
"A bateria veio para ficar e será de suma importância para o desenvolvimento do setor energético nacional, mas não podemos perder o foco da segurança, que é a finalidade deste leilão", pondera Cosenza.
O leilão de reserva de capacidade de energia com a inclusão de baterias representa um marco para o futuro do setor energético brasileiro, combinando segurança, eficiência e desenvolvimento tecnológico. O debate sobre o desmembramento do leilão demonstra a importância de encontrar um modelo que atenda às necessidades do país e promova a transição energética de forma sustentável.
ItapebiAcontece com informações da CNN