Na Bahia, 222 prefeitos foram eleitos pela continuidade de um grupo político sucessor
Isan do Nascimento Botelho (Avante) – Prefeito eleito em Itapebi com 3.620, 55,56% dos votos válidos (dados a todos os candidatos)
Esta semana marca o início efetivo de um novo ciclo político local, com a posse dos novos mandatos de prefeitos. Na Bahia, a taxa de reeleição foi de 85% (193 prefeitos reeleitos) em 2024, enquanto 222 prefeitos foram eleitos pela continuidade de um grupo político sucessor ou pela vitória de forças de oposição nas urnas. Já em Itapebi, município do grupo geográfico da costa do descobrimento Isan Botelho, do AVANTE, foi eleito em (6/10) prefeito de Itapebi (BA) para os próximos quatro anos. Ao fim da apuração, Isan Botelho teve 3.620 votos, 55,56% dos votos válidos (dados a todos os candidatos).
Algumas premissas são fundamentais para o início de um governo bem-sucedido. Em primeiro lugar, a coordenação efetiva do governo deve ser firmemente estruturada na relação hierárquica entre o gabinete do prefeito e o conjunto de secretários. Muitos municípios baianos contam com uma Secretaria de Governo ou de Relações Institucionais responsável por essa função de coordenação política.
Em segundo lugar, é indispensável que o governo estabeleça um sistema objetivo e eficaz de monitoramento de metas e resultados. Esse sistema deve ser capaz de controlar, no cotidiano, o fluxo das decisões governamentais. Embora seja esperado que todo prefeito apresente à sociedade os resultados dos primeiros 100 dias de gestão, cada realidade impõe desafios particulares. Assim, a definição das metas iniciais deve estar alinhada às demandas sociais e políticas específicas de cada município.
Em terceiro lugar, as prefeituras precisam promover reuniões e um processo participativo vinculado à formulação de um novo Plano Plurianual (PPA). A qualidade de um PPA depende da capacidade da gestão de mobilizar internamente sua equipe, considerando o programa de governo defendido durante a campanha eleitoral e como as novas metas podem dialogar com os objetivos definidos no PPA anterior.
Em quarto lugar, as eleições municipais demonstraram que não se pode mais ignorar a força da comunicação e do marketing político. Isso significa que as prefeituras deverão desenvolver um Plano de Comunicação e Inteligência (PCI), voltado para a gestão da imagem institucional, publicidade e para a disputa em tempo real de narrativas nas redes sociais. Tornou-se essencial monitorar as redes sociais como uma dimensão estratégica de inteligência política. Um dos erros mais frequentes entre os prefeitos que não conseguiram a reeleição foi negligenciar a integração estratégica entre sua imagem nas redes e a dos secretários no dia a dia da administração.
Por fim, um recurso indispensável de inteligência política continua sendo a realização periódica de pesquisas de opinião para aprofundar a compreensão sobre os preditores do voto e a percepção da gestão, avaliando o desempenho das pastas e dos secretários. Além disso, permitem mapear tendências e identificar os temas que mais preocupam os eleitores. Que em 2025 tenhamos bons governos conduzidos por prefeitos e prefeitas que honrem o compromisso assumido nas urnas!
Por Cláudio André de Souza* – Conjuntura Política (Atarde)
Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB). E-mail: [email protected].
Reprodução: ItapebiAcontece
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