Iansã é sincretizada como Santa Bárbara na religião católica
O Cortejo de Santa Bárbara, um dos eventos culturais e religiosos mais significativos de Sergipe, será realizado nesta quarta-feira (4), a partir das 9 horas. A santa é representada no Candomblé e na Umbanda como a Orixá Iansã, também conhecida como Oyá. Ela é considerada uma guerreira, senhora das almas, dos ventos e tempestades, que protege os fiéis de todos os ataques, sejam eles físicos ou espirituais. A divindade tem o apelido dado por um dos maridos, Xangô.
Reconhecido oficialmente no Calendário Cultural do Estado de Sergipe pela lei 8.146/2016, o Cortejo em homenagem à santa chega à sua 17ª edição celebrando o sincretismo religioso e a valorização das tradições afro-brasileiras. Promovido pela Associação Luz do Oriente (A.L.O) em parceria com o Ilê Yátassytaoo Ifá Enibalé, o cortejo presta homenagens a orixá Iansã, figura central das religiões de matriz africana. A tradição simboliza a coexistência religiosa e cultural em Sergipe.
O cortejo
Durante o Cortejo em homenagem à santa, os devotos são convidados a vestir roupas nas cores vermelho e branco, como ocorre todos os anos. O cortejo percorrerá um trajeto que inclui paradas no Mercado Central de Aracaju, na Passarela das Flores, e no Quartel do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe. Essas paradas são momentos dedicados a orações e homenagens, destacando a devoção a Santa Bárbara, considerada madrinha dos bombeiros e protetora dos feirantes.
O evento terá início na sede da Associação Luz do Oriente, localizada na Rua Marcelino Procópio da Silva, 306, no Bairro Industrial, próximo ao Parque da Cidade. O trajeto seguirá até o Mercado Central e, por fim, ao Quartel dos Bombeiros, na Rua Siriri, 762, no Centro.
Torturada por ser cristã
Segundo conta a história, por ser cristã, Santa Bárbara foi torturada em praça pública e teve os seios cortados antes de ser degolada pelo pai. Filha de Dióscoro, um nobre rico, Bárbara nasceu nas cidade de Nicomédia, na regiõa da Bitínia, onde, atualmente, localiza-se a cidade de Izmit, na Turquia. Como última tentativa de fazer com que Bárbara renunciasse sua fé, a menina foi tortura em praça pública e teve seus seios cortados. A crença na em Santa Bárbara nasceu após seu pai ser atingido por um raio no momento em que à degolou.
Rituais
Sendo o acarajé uma comida utilizada no ritual de Iansã, a iguaria também é conhecida, na África, de àkàrà, que tem significado de bola de fogo. A comida é um bolinho de feijão fradinho, fritos no azeite de dendê. A lenda destaca que a mulher de Xangô foi na casa de Ifá, um oráculo africano, buscar um preparado para o marido. Iansã desconfiou da comida e acabou comendo o alimento antes de entregar para Xangô, e nada lhe aconteceu. Chegando em casa, entregou a comida para o marido, que comeu e quando foi falar ao povo, da forma em que Ifá havia pedido, começou a sair fogo pela boca. Depois do ocorrido, o bolinho de acarajé se tornou uma oferenda à divindade.
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